Finalmente chegou o momento mais esperado da temporada. New York Giants e New England Patriots se enfrentam no Super Bowl XLVI, Lucas Oil Stadium, em Indianapolis. Jogo que coloca frente a frente, mais uma vez, Eli Manning e Tom Brady. Para o quarterback dos Giants, é a chance definitiva de se colocar como um dos maiores jogadores da história da NFL, ganhar seu segundo anel de título e sair da sombra do irmão mais velho, Peyton. Já para o principal jogador do New England Patriots, o Super Bowl XLVI é a chance de se vingar da doída vitória no SuperBowl de quatro anos atrás. Para Brady, uma vitória também representa o seu reencontro com os títulos e quem sabe até consolidar seu nome como maior quarterback que o campo da NFL já viu.
New York Giants
O New York Giants é o time que chega como azarão. Quando a temporada começou, talvez nem o maior torcedor de New York apostasse que o time iria chegar tão longe. Os problemas eram muitos. Os Giants viviam momento de turbulência. Tom Coughlim e Eli Manning eram os pontos de interrogação. O primeiro um técnico já ultrapassado e sem mais química com o elenco. O segundo um quarterback inseguro e que não trazia confiança.
Contra tudo e contra todos, o New York Giants juntou as tropas e pegou fogo na hora certa. Venceu quando precisou. Viu seus dois maiores pontos de interrogação darem certo. Eli, antes contestado, passou a ser inquestionável. Venceu jogos. Foi um quarterback seguro e eficiente. Uma verdadeira virada na sua carreira. Sempre sob desconfiança, esse ano viu-se um Eli capaz de vencer jogos e muitas adversidades. Um jogador com o chamado "clutch gene". Ou seja, quando o jogo aperta e é preciso decidir, Eli dá um passe a frente e chama a responsabilidade para ele.
Eli também teve participação do excelente trio de recebedores. Hakeem Nicks, Mario Manningham e Victor Cruz foram um dos pilares dos Giants. Victor Cruz é a verdadeira revelação e principal válvula de escape do ataque nova iorquino. Apesar de ainda não ter anotado nenhum TD, nos playoffs, o salsa boy é sempre perigoso e a atenção em cima do wide-receiver deve ser redobrada.
E aí está um dos problemas para a defesa dos Patriots. Não basta olhar de perto apenas Cruz. Nicks e Manningham também são talentosos e formam um dos melhores trios de recebores da NFL. O ataque aéreo dos Giants também é líder em jogadas que superam 40 jardas. Foram 18. Recorde da NFL. Em jogadas em que superam 20 jardas, o ataque aéreo também não faz feio. São 67 e número 5 na NFL.
O jogo terrestre dos Giants também chama a atenção. Pior marca correndo com a bola, na temporada regular, os running backs de New York parecem ter despertado. A dupla Brandon Jacobs e Ahmad Bradshaw se completa. Jacobs tem porte físico impressionante para um corredor e não é qualquer jogador defensivo que o consegue parar. Já Bradshaw é ágil e New York tentará estabelecer o jogo terrestre com ele para não colocar tudo nas mãos de Eli Manning.
Outro ponto chave que pode decidir o vencedor no domingo é como a linha ofensiva do New York Giants estará. Se por um lado ela tem protegido muito bem Eli nos Playoffs e dado tempo ao quarterback, ela ainda não vem abrindo muitos furos para que o jogo terrestre tenha vez. Exemplo claro foi contra os 49ers, em que Eli precisou soltar o braço e lançar 58 vezes, graças a pouca produtividade da dupla Bradshaw e Jacobs. Em termos de proteger Eli, os Giants foram 7º na NFL em número de sacks cedidos. Foram 28.
Mas na NFL não se vence apenas com o ataque. A defesa tem papel fundamental. E neste ponto, o New York Giants está bem servido. Se até hoje Tom Brady sonha com a pressão sofrida no SuperBowl XLII, o confronto de domingo não deve se mostrar nem um pouco diferente. Jean Pierre-Paul, Osi Umenyora e Justin Tuck são responsáveis por 9 sacks nos Playoffs e 48 na temporada regular. O problema para os Giants é conseguir parar New England e seu rápido ataque. Por isso, a pressão em Tom Brady é fundamental. Não dá para se imaginar vitória dos Giants com um Tom Brady tranquilo e tendo tempo para distribuir seus lançamentos.
Chaves do Jogo para o New York Giants:- Repetir 2008 e deixar Tom Brady o mais desconfortável possível no pocket. Pressão atrás de pressão
- Parar os passes curtos.
- Estabelecer o jogo terrestre e não fazer Eli ter que lançar o jogo inteiro.
New England Patriots
Sem vencer um único jogo de pós-temporada, desde o SuperBowl XLII, os Patriots voltaram a vencer este ano e quis o destino que o desfecho da temporada fosse, de novo, contra o New York Giants, no jogo mais esperado da NFL. Time de segunda melhor campanha em 2011-12, os Patriots tiveram uma defesa oscilante e que cedeu muitas jardas. Mas também tiveram como principal nome por todo o ano o seu quarterback.
Tom Brady voltou a se exibir em grande nível após anos estando abaixo do que conhecemos como Tom Brady. Com uma temporada digna de um MVP, Brady anotou 5325 jardas que resultaram em 39 TDs e apenas 12 INTs, com rating de 105.6. O SuperBowl XLII também é a chance de Brady finalmente apagar da memória o jogo de 2008, em que viveu um verdadeiro pesadelo. Se em 2008 Brady se viu pressionado por todos os lados, o quarterback dos Patriots pode esperar mais um jogo de turbulência no pocket.
Apesar de contar com uma linha ofensiva que cedeu 30 sacks por toda a temporada, no jogo da temporada regular entre Giants e Patriots, vimos New England, novamente, ter problemas contra a agressiva linha defensiva de New York. O time de bloqueadores também não brilha quando o assunto é dar espaço aos corredores. Os Patriots foram apenas o 20º time correndo com a bola e apesar dos 18 TDs, muito do crédito deve ser dado às campanhas de Tom Brady.
Se os corredores e a linha defensiva não são brilhantes, não se pode dizer o mesmo da dupla de tight ends do New Englad Patriots. Extremamente rápidos e atléticos, Aaron Hernandez e Rob Gronkowski formam, sem dúvidas, a melhor dupla de tight ends da NFL. A dupla é responsável por 24 TDs e 2237 jardas. Na NFL inteira, apenas 9 times tiveram mais de 24 TDs aéreos. O problema para os Patriots é como estará Gronkowski para o jogo. O tight end teve uma lesão no tornozelo contra os Ravens e deve operar após o SuperBowl. Certamente menos jogadas serão chamadas para ele e sua explosão física estará longe da ideal. Válvulas de escape de Brady, Hernandez e Gronkowski também têm a companhia de Wes Welker para dividir a atenção.
Welker passou a ser o grande nome dos wide receivers dos Patriots após a saída de Randy Moss, ano passado. Chad Ochocinco e Deion Branch não são mais os jogadores de antes. Já Welker este ano teve sua melhor temporada na carreira. Foram incríveis 122 recepções e 1569 jardas. Apesar disso, Welker ainda não mostrou nos Playoffs o jogador que foi na temporada regular. Mas não é por isso que a defesa dos Giants deve bobear com ele. Pelo contrário. Welker precisa estar bem marcado, pois a ligação com Brady e ele pode ser fatal. Sem Gronkowski 100%, muitos passes devem ser lançados em sua direção e Welker pode aparecer mais.
A defesa dos Patriots também são outro fator determinante para a final de domingo. Sempre forte nos times comandados por Bill Belichik, a defesa da temporada 2011-12 dos Patriots foge a essa regra. Se nos 16 jogos da temporada regular foi a penúltima defesa da NFL, nos Playoffs a história é bem diferente. Na temporada regular New England cedia 411 jardas por jogo. Contra Denver e Baltimore essa média caiu para 325. Outros números também provam a melhora defensiva em New England. Antes os Patriots cediam 21 pontos por jogos, 6 jardas por jogada e 2,5 sacks por jogo. Nos Playoffs, o número de pontos por jogo cai para 15 pontos. O número de jardas por jogada vai para 4,6 e o número de sacks por jogo sobe para 4. Entretanto, vale lembrar que nem Denven, tampouco Baltimore são times tidos como potências ofensivamente, portanto, essa melhora defensiva pode ser ilusória e somente domingo contra os Giants será possível comprovar se a defesa, de fato, melhorou ou se os adversários é que foram mal ofensivamente.
Chaves do Jogo para o New England Patriots:- Atenção redobrada com o time de wide receivers dos Giants.
- Usar e abusar dos TEs e ter Welker como alternativa ao não 100% Rob Gronkowski
- Proteger e dar tempo para Tom Brady trabalhar no pocket.
Tudo está pronto para domingo em Indianapolis. A revanche que todos queriam ver acontecerá. Quem leva a melhor? New England ou New York?
Transmissão: (Kickoff às 21:30)
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(Com comentários do companheiro do blog Raphael Martins)
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