quarta-feira, julho 11, 2012

Estádios mais vazios


Se em 2011 tivemos recordes e mais recordes quebrados pela NFL, principalmente durante o Super Bowl, apenas ratificando o futebol americano realmente ser o esporte mais amado dos EUA, não se pode dizer o mesmo do público presente aos estádios. Segundo dados da própria NFL, o número de ingressos vendidos e pessoas assistindo o jogo in loco é o mais baixo desde o ano de 2002.

Contraste interessante com  as incríveis marcas televisivas que o futebol americano anotou na televisão americana. O último Super Bowl foi o mais assistido da história com 111,3 milhões de americanos sintonizados no jogo entre New York Giants e New England Patriots. Mundialmente outro recorde. O Super Bowl teve 162,9 milhões de espectadores. Isso sem contar o número nas redes sociais. Foram 12,2 mil tweets por segundo e mais de 35 milhões de compartilhamentos dos comerciais exibidos durante a final da NFL, no Facebook.

Mas se a NFL se consolida cada vez mais como o esporte norte-americano  mais assistido, o que acontece com a frequência de público ao estádio? A resposta parece ser estranha para nós brasileiros que acompanhamos o futebol do estádio e temos o consenso de que assistir um jogo dentro do estádio é muito melhor.

Não se pode desconsiderar os exorbitantes preços para uma economia fragilizada, as brigas no estádio, um ambiente hostil para a família e os quilométricos congestionamentos até as arenas. Mas o principal motivo para o esvaziamento do público é, sem dúvidas, que o esporte torna-se cada vez mais um produto televisivo.

Dentro do estádio só se pode assistir a um jogo apenas. O time local jogando. Enquanto em uma sala de estar ou em um bar, existem opções para se ver outros jogos simultaneamente. A NFL ultrapassou as barreiras locais e é um esporte 100% nacional. É quase impossível uma pessoa ter interesse em assistir ao mesmo tempo muitos jogos de baseball. Mas mais impossível ainda é uma pessoa ter interesse em apenas um jogo em um fim de semana de NFL repleto de jogos. Todos querem acopanhar como está o desempenho do seu jogador no Fantasy e ver os jogos dos melhores times, por exemplo.

Outro motivo, talvez o principal, para a diminuição do público nos estádios são as muitas pausas durate o jogo. Dentro da arena, após o corredor correr 5 jardas, para-se tudo, tem-se o huddle e só depois de quase um minuto de conversa começa-se outra jogada. Na televisão este espaço ocioso é preenchido por replays e comentários, coisa que não se tem nos estádios. Fator que tira grande parte do entretenimento. Não se pode saber mais das táticas e como o time vem se portando na opinião dos analistas, também não se sabe se um jogada foi marcada corretamente ou não pelo juiz.

Aos poucos a NFL vem tratando de mudar isso e este ano implanta o replay nos telões. Ainda é cedo para fazer prognósticos se isso será capaz de fazer o público fazer o caminho inverso. Sair do sofá e ir para a arquibancada. Há quem diga que daqui alguns anos o futebol americano será jogado em um enorme estúdio de TV e sem torcida. 

Exageros a parte, é fato que o futebol americano é um produto 100% de sucesso para a televisão e todo o show que envolve a NFL. Também é fato que o intersse pelo esporte não diminuirá. Pelo contrário. A tendência é que aumente mais e mais e vire uma paixão mundial. Já para quem acompanha nos estádios, a NFL precisa criar métodos para fazer com que o jogo in loco possa ser tão interessante quando da televisão. Será possível?

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